Uma Religião Brasileira de Fé e Espiritualidade
Como a Umbanda Surgiu?
A Umbanda nasceu oficialmente em 1908, quando o médium Zélio Fernandino de Moraes começou a receber mensagens de espíritos de diferentes origens. Durante uma sessão mediúnica, ele foi possuído por espíritos de índios, africanos, caboclos e até santos católicos. Esses espíritos passaram a ensinar sobre amor, caridade e evolução espiritual. Dessa fusão de crenças, nasceu a Umbanda, que busca unir diversos elementos de religiosidade, criando um espaço de acolhimento e cura para aqueles que buscam orientação espiritual.
O Que a Umbanda Ensina?
A Umbanda acredita que a espiritualidade é um caminho para o crescimento pessoal e coletivo. Ela ensina que todos estão em constante evolução e que cada pessoa pode encontrar paz e sabedoria por meio da conexão com o mundo espiritual. No centro da religião está o conceito de caridade, ou seja, ajudar ao próximo e buscar fazer o bem sem esperar nada em troca.
A prática mediúnica é fundamental na Umbanda. Através de médiuns (pessoas que têm a capacidade de se comunicar com espíritos), as entidades espirituais se manifestam, trazendo conselhos, cura e proteção. As principais entidades que atuam nas cerimônias de Umbanda são:
- Caboclos(as): São entidades espirituais que representam os indígenas brasileiros, com uma forte conexão com a natureza e uma sabedoria ancestral. Eles são conhecidos por sua coragem, força, determinação e por seu profundo conhecimento das ervas e remédios naturais.
- Pretos(as) Velhos(as): São entidades espirituais veneradas e respeitadas por sua sabedoria, humildade e bondade. Eles são espíritos de ancestrais africanos que, em vida, foram escravizados, mas que após a morte se tornaram guias espirituais. Sua missão é ajudar, aconselhar e curar aqueles que os procuram.Eles são conhecidos por sua paciência, humildade e ensinamentos sobre a fé.
- Exus: São entidades espirituais que desempenham um papel crucial como guardiões, mensageiros e intermediários entre o mundo dos orixás e os seres humanos. Eles são conhecidos por sua força, coragem e capacidade de lidar com energias densas e negativas, transformando-as em algo positivo e equilibrado.
- Pombagiras: São entidades espirituais femininas de grande poder e sabedoria. Elas são conhecidas por sua força, independência e capacidade de lidar com questões amorosas e emocionais. Pombagiras são frequentemente invocadas para ajudar com problemas relacionados ao amor, autoestima, e para afastar influências negativas.
- Erês: São entidades espirituais que representam as crianças. Eles são conhecidos por sua pureza, alegria, energia renovadora e proteção aos que os buscam. São os mensageiros do Orixás. Os Erês, também chamados de Ibejis, são invocados para trazer leveza, felicidade e harmonia, ajudando a resolver conflitos e a dissipar energias negativas.
- Boiadeiros(as): São entidades espirituais que, em vida, tinham uma ligação com o trabalho rural, especialmente com o gado e a terra. Eles são conhecidos por serem protetores e guerreiros, trazendo energia de força, coragem e determinação. Seu papel é ajudar a dissipar energias negativas e a proteger aqueles que buscam sua ajuda.
- Baianos(as): São entidades espirituais que representam o povo da Bahia, especialmente aqueles que migraram para outras regiões do Brasil. Eles são conhecidos por sua alegria, espontaneidade e capacidade de lidar com questões familiares e quebra de magia negra.
- Marinheiros(as): São entidades espirituais que representam os homens do mar, como pescadores, marinheiros e navegadores. Eles são conhecidos por sua sabedoria, coragem e habilidade de navegar através dos desafios da vida, assim como faziam nos mares e oceanos..
- Ciganos(as): São entidades espirituais que representam o povo cigano, conhecido por sua sabedoria, liberdade e conexão com a natureza e a espiritualidade. Eles trazem uma energia de alegria, mistério e intuição, sendo excelentes conselheiros, especialmente em questões amorosas e financeiras.
Essas entidades se manifestam nos terreiros de Umbanda, os lugares onde os adeptos se reúnem para praticar a religião. Nesses locais, é comum a realização de rituais que envolvem cânticos, danças e toques de atabaque (um tipo de tambor), que ajudam a estabelecer a conexão espiritual.
Como é Praticada a Umbanda?
Nos terreiros de Umbanda, as pessoas se reúnem para sessões mediúnicas, onde buscam ajuda espiritual, orientação e cura. Essas sessões podem ocorrer semanalmente ou em datas especiais. Durante as cerimônias, os médiuns entram em transe e recebem a visita das entidades espirituais, que se manifestam por meio deles, falando, cantando e dançando.
As casas de Umbanda também realizam trabalhos de caridade, ajudando a comunidade com doações, campanhas e apoio a pessoas em situação de vulnerabilidade. Muitas vezes, as pessoas chegam aos terreiros em busca de soluções para problemas de saúde, amor ou trabalho, e recebem orientações espirituais que buscam aliviar suas dificuldades.
Ensinamentos Fundamentais da Umbanda
Os principais valores ensinados pela Umbanda são o amor, a solidariedade e o respeito ao próximo. A religião acredita que todos podem evoluir espiritualmente, independentemente de sua origem ou situação. A prática da caridade, por exemplo, é vista como uma forma de purificação e aproximação de Deus. A Umbanda também valoriza a busca por equilíbrio e harmonia, tanto no mundo material quanto no espiritual.
A religião também defende a ideia de que os problemas da vida não são castigos, mas oportunidades para aprender e crescer. A Umbanda oferece aos seus seguidores a chance de se conectarem com os espíritos e buscarem soluções para suas dificuldades, sempre com foco no amor e na evolução pessoal.
A Umbanda no Brasil e no Mundo
Atualmente, a Umbanda é uma das religiões mais populares do Brasil, com milhões de adeptos. Ela está presente em quase todas as regiões do país e também possui seguidores em outros lugares do mundo, especialmente em comunidades de imigrantes brasileiros. A Umbanda continua se adaptando e crescendo, com diferentes vertentes e práticas de acordo com a região, mas sempre mantendo a ideia central de caridade, espiritualidade e evolução pessoal.